sexta-feira, 18 de junho de 2010

Memorias de nossas margens


Limites invisíveis que se tocam como a Terra e o Mar
Dividindo e compartilhando cada laço de cada passo
enquanto roubam de si um pouco da própria existência
Aparentemente, particular.

E na aspiração constante de nossas Mentes
Absorvem-se as idéias, formam-se percepções.
Padrões de ondas erguem-se com a força da nossa criação
margem vai, margem vem, desejo vão... desejo vem...
trazendo algo mais, levando algo além...

Sensações delicadas e sutis como a espuma do mar
deixada na areia de passagem, sem pressa, sem bagagem
contornos delineados em cada um, lágrimas derramadas ao caminhar

E uma vez que cada um é como uma pequena ilha num Oceano Cósmico
e nossos sonhos fazem a cor da água, a profundeza do leito, a natureza ao redor...construímos... desde um Mar agitado a uma porção serena e bela, onde quem chega, se gosta, e não quer mais deixar.

Mas não somos o Mar, pois o mar é manifestação divina
na respiração contínua deste Eterno...
Somos estas ilhas, cheias de sonhos, e as memórias são nossas margens
Tortas margens, nossas margens
querendo se tocar...

Um dia seremos um só continente, num único Oceano
A que chamaremos
Finalmente!
Nosso Lar!


Image: Lago de Sol
Autor: Dino

2 comentários:

Carolina disse...

Me fez lembrar de um texto do Guimarães Rosa, cujo título é "A Terceira Margem do Rio". Olha ele aqui: http://www.releituras.com/guimarosa_margem.asp

Dino Canalli disse...

Obrigado Ana pela leitura e comentario! Abç GR