domingo, 27 de janeiro de 2019

A Classe dos Animais





Socialmente falando, somos todos integráveis em níveis tão variados quanto o número de espécies à disposição.

Posto deste modo ficará mais fácil entender como humanos com sua inteligência diferenciada interagem propositadamente com outras espécies de quaisquer reinos ou cooperando ou coabitando com estes.

Sinceramente não vejo os limites entre onde começa a construção de uma e termina a da outra. Mas isso é parte do meu pensamento em dês_envolvimento. Não só compartilhamos blocos construcionais como também nos alimentamos de modo semelhante!

Agora chego mais próximo do que me fez escrever aqui hoje...

Considero o afeto e a empatia das mais elevadas formas de inteligência, e os desdobramentos de tais manifestações gesta sociedades organizadas em seus objetivos e habilidades. A perda destes dois atributos humanos debilita-as e abre perigosas brechas frequentemente usadas por oportunistas de plantão.

Pondero que confiar no outro tem sido questão complexa e difícil,quando deveria simplesmente acontecer em razão da vida. Assim vejo muitos de nós acolhendo a companhia de animais domesticados e outros nem tanto argumentando confiança inequívoca e separada do gênero humano. Há nada a se negar em relação à possibilidade de uma ligação emocional intima com um ser desprovido de más intenções. Já dediquei bons momentos à Sophia, uma Cocker Spaniel adorável por sua beleza e alegria que mora com meu filho Guido em casa de sua Mãe. Mas eis que falta aqui algo que não sei explicar...
Sentia à época, que o afeto transferido a ela em boa parte talvez pretendesse a acolhida dos humanos de perto... Mas isso não acontecia, então terapia Sophia!!! Claro fique aqui que o afeto de um não inviabilizaria o do outro...assim como o Amor não escolhe a quem para se expressar como elemento imprescindível.


O que se segue a esta reflexão entra em fase com o que vejo em todos os lugares! Pets ladeando humanos com toda pompa e circunstância...Isso é ruim? Não! Fosse ruim não aconteceria!?...afinal humanos mais calmos produzem ambientes e psicosferas mais estáveis e bem vindas...
Mas onde estarão os excessos desta nova classe social...!? Por certo não se encontram nos fornecedores de insumos e serviços nesta que é hoje uma das industrias que mais cresce a cada novo ano. Estes funcionam a pedido do mercado e a ele se reportam com novidades cada vez mais elaboradas...
Menos ainda dos bichinhos que aceitam ficar fora de seus habitat’s naturais às custas de um mesmo que pequeno inegável sofrimento... Desconsiderarei aqui os animais nascidos em ambientes preparados para tais fins, pois estes ganharam tratamento diferenciado, muito embora insisto, não apagam suas programações genéticas, apenas atenuam suas manifestações...!!!
Voltando aos exageros... São sempre humanos e começam a gerar situações inesperadas pra falar o mínimo... Cito:
Meu filho Pedro de 6 anos brincava com uma bola dia deste numa renomada loja de departamentos desportivo num Shopping de nossa capital paranaense, quando quase acertou um cachorrinho que ali também brincava sob o olhar displicente de sua dona.
Fico a imaginar a cena caso houvesse ele atingido o serzinho... complexa pra dizer pouco! No mesmo Shopping um Pet quase foi atropelado pelo trenzinho que alegra as crianças dando voltas pelos corredores em baixíssima velocidade...não raramente vejo nestes corredores o que é muito comum nas ruas: Indivíduos passeando com seus Pet’s mudando de lado na via para evitar o confronto ruidoso dos seus queridos quando focinho a focinho...!!! Mais complexidade aqui....
Sinceramente não vejo limites para o estado de “Eu posso” de “Eu quero” e do famigerado “Eu tenho o direito” ...então quais serão os próximos passos nestes novos “Hábitos” ???
Pet’s no interior dos templos e Igrejas..? Cada humano com seu Pet inseparável...??? Talvez representante da natureza predominante de seu companheiro!?
Mais uma vez insisto, não ha aqui uma crítica frontal ao convívio salutar entre pequeninas e grandes criaturas de Deus e os humanos, mas um alerta a estes em suas sociedades pouco Felizes e cada vez menos Alegres em seus Hábitos crescentemente exóticos e caros.... !

Seja bem vindo comentando este texto com críticas, adendos e ou suas próprias reflexões sobre o tema!


Dino Canalli
Especialista em Eletrônica Analógica em atividade
na cidade de Curitiba
55 anos
Pai do Fellipe do Guido e do Pedro!
Imagem: The Golden Compass movie.